As mudanças anunciadas no início da noite desta quarta-feira (06/09) no primeiro escalão do governo federal, com trocas no comando de ministérios, têm objetivos para ambos os lados, de acordo com analistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil.
Passados oito meses de governo, nomes originalmente escolhidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saem de cena para acomodar novas indicações do Centrão – grupo de partidos de centro-direita que costumam apoiar governos de diferentes vertentes ideológicas em troca de cargos e verbas.
Para o governo federal, o objetivo mais imediato da reforma ministerial é fortalecer a base no Congresso, onde o Palácio do Planalto tem tido dificuldade para avançar algumas pautas importantes, como o novo marco fiscal, que foi aprovado, mas em ritmo bem mais lento que o desejado.
Já o Centrão busca influência política mirando as próximas duas eleições. Mas de acordo com analistas, a troca não deve deixar ambos os lados completamente satisfeitos – Lula não deve ter apoio absoluto, e o Centrão, sem possibilidade de se beneficiar com emendas orçamentárias, pode continuar a ter demandas.