A disputa pelo território de Essequibo, na Guiana, reivindicado pela Venezuela, terá o diálogo como grande aliado. Uma reunião entre os presidentes Irfaan Ali e Nicolás Maduro está marcada para o dia 14 de dezembro e acontecerá em São Vicente e Granadinas, segundo comunicado da chancelaria do país caribenho.
O encontro acontecerá por intermédio do presidente Lula (PT), que manteve conversas com o presidente de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves e Nicolás Maduro, em busca de uma resolução pacífica para o conflito. A reunião, para a qual Lula também foi convidado, acontece na próxima quinta-feira e será sediada no âmbito da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe).
O governo brasileiro tem se colocado contrário a tomada do território guianês pela Venezuela, pela possível escalada de um conflito armado na América do Sul. Já Maduro reivindica a posse da região, invocando tratados antigos, que afirmam que Essequibo é, na verdade, território venezuelano.
Um referendo realizado na última semana, na Venezuela, apontou que 95% da população apoia a retomada do território. Já a Guiana, que tem Essequibo como sua maior região (representa 70% do território guianês), tem recorrido a tribunais internacionais e à Organização das Nações Unidas, para evitar a cessão de seu estado.
Irfaan Ali utilizou as redes sociais para afirmar ser “intransigente neste aspecto e no respeito pelo direito internacional”, acrescentando que a decisão sobre o direito ao território deve ser arbitrada pela Corte Internacional de Justiça.
Já Maduro, também nas redes sociais, afirmou que “Guiana e ExxonMobil terão que sentar para conversar conosco, o governo da República Bolivariana da Venezuela. De alma e coração, queremos paz e entendimento. Que o mundo escute, com o Acordo de Genebra, tudo!”.
Essequibo é um território rico em produção de petróleo, que é explorado pela empresa estadunidense ExxonMobil. Após as declarações de Maduro, o governo dos Estados Unidos realizou manobras militares na região, em parceria com a Guiana, como forma de dissuasão à ofensiva venezuelana. Maduro classificou o exercício militar como uma “infeliz provocação” e pediu para que os Estados Unidos se mantenham distantes do conflito.
O Brasil também fez movimentações militares na região. Como parte de Essequibo faz fronteira com o Brasil, no estado de Roraima, 20 blindados foram enviados para Pacaraima e 130 soldados estão de prontidão na fronteira.
BdF