O governador Ronaldo Caiado decretou luto oficial de três dias pela morte do escritor e folclorista Waldomiro Bariani Ortêncio, um dos maiores expoentes da literatura goiana, que faleceu na tarde desta sexta-feira (15/12), em Goiânia, aos 100 anos.
“A história de Goiás perdeu hoje um dos seus gigantes. É impossível contar a história do nosso estado sem passar por suas palavras, pelos causos e pelo imenso repertório cultural que ele guardava e pode compartilhar em suas obras”, lamentou o chefe do Executivo goiano, em nota de pesar.
Caiado ressaltou a importância da produção literária de Bariani para a formação cultural dos goianos. “Extremo conhecedor da nossa cultura e do nosso folclore, Bariani é o retrato do nosso estado”, salientou o governador, que também prestou solidariedade aos familiares. “Neste momento de imensa dor, estamos juntos em oração para que Deus conceda a familiares e amigos todo o consolo. Nossos sinceros sentimentos”, finalizou.
Em 2023, o escritor completou 100 anos e foi homenageado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc-GO) no VII Concurso Literário de Redação “Bariani Ortêncio: centenário de vida”, realizado nas unidades educacionais do estado com o objetivo de incentivar a produção literária.
Em agosto, a TV Brasil Central homenageou Bariani no programa TBC Memória. O genro do escritor, Paulo Roberto Silva, responsável pelo acervo do sogro, por meio do Instituto Bariani Ortêncio, compartilhou a vida familiar e empresarial, além da carreira ao longo do seu centenário.
BIOGRAFIA
Paulista de Igarapava e radicado em Goiás desde os 15 anos de idade, Bariani publicou mais de 50 livros. Como amante e defensor da natureza, folclore e cultura goiana, ele abordou diversos temas como história, folclore, poesia, contos e crônicas. Entre suas principais obras estão Dicionário do Brasil Central (1983) e Medicina Popular do Centro-Oeste (1997).
Bariani Ortencio também foi jogador de futebol e atuou como goleiro do Atlético Clube Goianiense. Devido a um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido em 2022, o Bariani estava com dificuldades para falar e vivia em sua casa, na Praça Cívica. Antes do AVC, o escritor deixou um último romance inédito.