"A cidade esteve vários dias às escuras, sem água, sem leite, sem jornal, foi mesmo de assustar! A coitada da Belmira perdeu tudo, tudo... Os móveis abriram-se todos, estragaram-se completamente".
Apesar de o cenário descrito parecer recente, esse é o trecho de uma carta escrita em 1941 por uma pessoa que estava em Porto Alegre (veja o que ocasionou a cheia daquela época e por que ela não é argumento para negar mudanças climáticas).
Na ocasião, Helena Silva Stein, com 16 anos, escreveu o relato em um retalho de pano para enviar à irmã mais velha, Flávia, que morava no Rio de Janeiro.
Helena morreu em janeiro deste ano, aos 98 anos, pouco antes de a tragédia se repetir.
A carta escrita há 83 anos faz parte do acervo de memórias da família que a filha de Helena, a arquiteta Elenara Stein Leitão, 67, guarda há anos.