Competições de base existem aos montes no futebol brasileiro. Porém, é bem provável que você não saiba listar muitas delas além da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a menos que seja um grande apaixonado pelo esporte.
Isso, por si só, já mostra como a Copinha tem um destaque enorme no cenário do futebol nacional, destacando-se muito mais do que outras competições e, por vezes, até mais lembrada e citada do que o próprio Campeonato Brasileiro Sub-20, por exemplo.
Tal destaque coloca a Copinha em uma posição muito interessante no quesito econômico, tornando-a uma oportunidade não apenas para que os clubes possam colocar à prova seus futuros talentos como também para as empresas, que podem ser muito beneficiadas pela exposição gerada pela competição.
Nos acompanhe na leitura para entender melhor esse papel importante que a base tem para girar a roda do futebol brasileiro na atualidade e como isso passa diretamente pelo que acontece nos campos da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Como a Copinha é financeiramente relevante para os clubes?
É natural que o clube campeão de algum campeonato receba uma premiação em dinheiro. É isso que acontece no Campeonato Brasileiro, na Copa do Brasil, na Libertadores da América e em vários outros torneios, prática também corriqueira ao redor do mundo. Porém, a Copa São Paulo de Futebol Júnior não paga nada ao clube campeão.
Pode parecer que este parágrafo está totalmente dissonante das ideias mencionadas anteriormente e também do subtítulo que o introduziu, mas é justamente o contrário. Afinal, mesmo sem que haja uma compensação financeira ao campeão e aos outros clubes que tiveram resultados mais expressivos na competição, ela é economicamente muito importante.
Tomemos como exemplo os últimos campeões e vice-campeões da Copinha. São eles:
- Copinha de 2023: Palmeiras-SP (campeão), América-MG (vice-campeão)
- Copinha de 2022: Palmeiras-SP (campeão), Santos-SP (vice-campeão)
- Copinha de 2021: não foi realizada devido à pandemia de COVID-19
- Copinha de 2020: Internacional-RS (campeão), Grêmio-RS (vice-campeão)
- Copinha de 2019: São Paulo-SP (campeão), Vasco-RJ (vice-campeão)
No elenco de 2019, o São Paulo campeão da Copinha tinha Antony, que foi vendido por aproximadamente € 16 milhões para o Ajax, da Holanda, em 2020. Depois, ele foi do Ajax para o Manchester United, da Inglaterra, por € 100 milhões (incluindo bônus).
O Internacional de 2020 tinha Praxedes em seu elenco, que foi contratado por R$ 35,9 milhões pelo Red Bull Bragantino em 2021. Endrick, do Palmeiras, por sua vez, foi vendido para o Real Madrid por aproximadamente € 72 milhões, dos quais o clube pode receber até € 60 milhões.
Esses são apenas alguns exemplos, de um jogador de cada time campeão, e quanto eles renderam aos cofres de cada um de seus clubes, isso sem contar o retorno esportivo trazido por cada um. Endrick, por exemplo, foi bicampeão brasileiro, tendo ajudado principalmente no título de 2023, pelo qual o Verdão recebeu uma premiação de R$ 47,5 milhões.
Portanto, fica mais do que claro que há um impacto financeiro enorme trazido pela Copa São Paulo de Futebol Júnior aos clubes – e isso que, como dito no exemplo, listamos apenas um jogador de cada time campeão nos últimos 5 anos. Muitos desses atletas ainda podem explodir no profissional e render uma bela grana aos seus clubes.
Caso eles ajudem seus respectivos times a conquistar campeonatos também, a compensação vem na forma de troféus, exposição e história, valores que são intangíveis, mas fundamentais para a trajetória de qualquer clube que deseje ter sucesso.
Como a Copinha é financeiramente relevante para as empresas?
Do outro lado da moeda (brincadeiras à parte), temos os benefícios que são colhidos pelas empresas que patrocinam a Copa São Paulo de Futebol Júnior, nesta que também se mostra uma excelente escolha para negócios que desejam ser prósperos no meio do esporte.
O primeiro ponto a ser abordado é a exposição trazida a essas marcas. É claro que elas investem para patrocinar a competição, mas o retorno que elas têm é bem interessante, até mesmo pelo fato que foi mencionado anteriormente, da Copinha ser o torneio de base mais conhecido do Brasil ou, pelo menos, estar entre os mais conhecidos.
Com tanta presença do digital que temos hoje em dia, a exposição pode tornar-se potencialmente maior ainda. Por exemplo, imagine um lance de um determinado jogo que “viraliza” nas mídias sociais: quantas marcas aparecem nas placas de campo, nas inserções comerciais e em outros tipos de ativação?
Além de tudo isso, ainda é preciso considerar a percepção que o público tem dessas marcas. Quem gosta do esporte tende a olhar para as empresas que patrocinam os campeonatos com um olhar bastante positivo, de alguém que não apenas está “pagando para aparecer”, mas sim fomentando o desenvolvimento do esporte.
Tal olhar, por sua vez, pode fazer com que o público passe a acompanhar aquelas empresas em suas redes sociais, aumentando assim sua base de seguidores, por exemplo, o que também tem um valor muito grande em um mundo tão conectado quanto o que temos hoje.
Por isso, no final das contas, é claro e evidente como esses investimentos são muito vantajosos também para as empresas.
Copa São Paulo de Futebol Júnior: um celeiro de talentos e de possibilidades
Que a Copinha é um palco para os futuros talentos apresentarem suas habilidades, não é novidade. Porém, nem sempre temos essa percepção do potencial financeiro que a competição oferece, mesmo que não pague nada ao clube campeão.
Vale ressaltar, inclusive, que os valores arrecadados com as cotas de patrocínio são destinados para uma série de outras despesas, como o pagamento das equipes de arbitragem, por exemplo, tão importantes para que o jogo aconteça e que possamos desfrutar de um belíssimo espetáculo.
Depois de saber dessas informações, é bem provável que seus olhos sejam diferentes para a Copinha 2024, observando não apenas os jogadores do seu time de coração e os grandes talentos do torneio, mas também tudo o que está envolvido para que essa verdadeira máquina continue girando, o que, no final das contas, beneficia a várias partes envolvidas.
