A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, comemorou nesta terça-feira (23) a determinação do governo da Espanha de colocar em funcionamento uma nova linha direta para recebimento de denúncias de discriminação racial ou étnica e para prestar assistência às vítimas, pelo número 021.
O anúncio ocorreu após os ataques racistas sofridos pelo atleta brasileiro Vinícius Jr., jogador do Real Madrid, no domingo (20).
O 021 é válido em todo o território da Espanha e a ligação para o número é gratuita. O serviço será operado pela Direção Geral de Igualdade de Tratamento e Diversidade Racial Étnica, subordinada ao Ministério da Igualdade espanhol e pelo Conselho para Eliminação da Discriminação Racial ou Ética.
A ministra Anielle Franco informou que o Brasil pretende lançar, até o fim do ano, o Disque 138, para recebimento de denúncias de racismo, discriminação e injúrias raciais.
“A gente teve algumas vitórias por conta de nossa pressão, do nosso posicionamento, aqui [no Brasil], em relação a esse caso. Eles lançaram o 021, como se fosse um disque racismo. Já tínhamos falado disso em duas reuniões. Aproveito para falar que essa é também a nossa ideia de termos um disque racismo aqui [no Brasil], até o fim do ano, o que seria o nosso 138”.
A assessoria de imprensa do Ministério da Igualdade Racial confirmou à Agência Brasil que ocorreram reuniões para tratar desse assunto entre as equipes dos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). O MDHC já coordena o Disque 100, que registra e encaminha aos órgãos competentes os registros de violações de direitos humanos.
Nesta terça-feira, a porta-voz do governo da Espanha, Isabel Rodríguez, em coletiva à imprensa após reunião do Conselho de Ministros, disse que a Espanha é antirracista e que as autoridades rechaçam e condenam comportamentos preconceituosos.
Ao responder os questionamentos dos jornalistas espanhóis sobre casos como o do jogador Vini Jr., a porta-voz afirmou que os atos não seguirão impunes, serão perseguidos e castigados.
Isabel Rodríguez reconheceu que esses episódios não ocorrem somente no ambiente esportivo. E ressaltou que o governo espanhol “persegue e condena discursos de ódio e que a Espanha respeita a diversidade”.
Edição: Fernando Fraga