O Parlamento da Espanha reelegeu nesta quinta (16) o primeiro-ministro Pedro Sanchéz, líder do partido Socialista (PSOE), após meses de impasses para formar um novo governo.
Ele obteve 179 votos, três a mais do que o necessário, para garantir um novo mandato. Sánchez negociou apoio por semanas com partidos regionais da Catalunha, do País Basco, da Galícia e das Ilhas Canárias.
Uma eleição antecipada em julho, convocada por Sánchez após o fraco desempenho da sua coligação nas eleições locais e regionais, teve resultado inconclusivo. O PSOE obteve 32% dos votos e 121 assentos, se tornando o segundo maior partido atrás do Partido Popular (PP) de centro-direita, que obteve 33% e 137 assentos.
O PP esperava governar com o aliado Vox, um partido nacionalista de extrema direita e anti-imigração, mas o mau resultado do Vox deixou a dupla sem maioria.
Segundo colocado nas eleições, Sanchéz conseguiu maioria graças a um acordo com seis partidos, incluindo dois separatistas catalães. Os catalães Bloco Nacionalista Galego (BNG) e Juntos pela Catalunha (JxCat) aceitaram apoiar a reeleição do PSOE, após Sanchéz anunciar uma anistia para pessoas envolvidas no movimento independentista da Catalunha entre 2012 e 2023.
Entre os anistiados pelo acordo está Carles Puigdemont, líder do Juntos pela Catalunha, exilado na Bélgica desde o referendo separatista em 2017, tentativa fracassada de uma declaração unilateral de independência.
Sanchéz apresentou nas suas intervenções no Congresso um programa para a próxima legislatura baseado na “concórdia, nos direitos sociais e na projeção internacional de Espanha”.
O segundo governo de coalizão “progressista” da história do Estado espanhol será constituído ao lado de Somar, liderado pela atual ministra do Trabalho Yolanda Díaz, e integrado a partidos como Podemos, IU, Más País, Comuns, Compromís, Chunta Aragonesista ou MÈS, entre outros.
Nesta quarta (15), durante a sessão de investidura de Pedro Sánchez para seu segundo mandato como primeiro-ministro do país ibérico, o líder socialista expôs suas proposta de que a Espanha trabalhará pela criação do Estado palestino.
“Este novo mandato rechaça o assassinato indiscriminado de palestinos em Gaza e na Cisjordânia, exige um cessar-fogo imediato em Gaza, o fim dos bombardeios e a imediata permissão para a entrada de equipes que podem atender às necessidades humanitárias do povo palestino”, afirmou o líder socialista espanhol.
Sánchez também disse que pretende “abrir o caminho para a diplomacia através da realização de uma conferência de paz de forma urgente, na qual defenderemos a solução justa de dois Estados, que o povo palestino exige há muito tempo e que contará com o nosso compromisso de ampliar os esforços para que a Europa e a comunidade internacional tornem esse projeto realidade”.
Portal Vermelho