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Por que muitos democratas continuam a apoiar Biden nos EUA

Diversos democratas seguem apoiando publicamente Biden, citando seu histórico, seus princípios e sua vitória em 2020 contra Donald Trump.

Publicada em 13/07/24 às 13:08h - 14 visualizações

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Por que muitos democratas continuam a apoiar Biden nos EUA
 (Foto: Rádio Rir Brasil Itacajá TO - Direção: Ronaldo Castro 63 99139-3740)
Em coletiva de imprensa durante conferência da Otan, Biden se confundiu e se referiu à sua vice, Kamala Harris, como 'vice-presidente Trump'  - (crédito: EPA-EFE/REX/Shutterstock)

Enquanto Joe Biden subia ao palco para um comício em Detroit, Michigan, na noite de sexta-feira (12/7), uma das multidões mais barulhentas vistas nos últimos anos em qualquer evento do presidente dos Estados Unidos gritava: "Não desista!"

O provável candidato democrata foi saudado por aplausos ensurdecedores de centenas de apoiadores enquanto prometia: "Vou concorrer! E vou vencer!"

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Ao deixar o palco, os acordes do hit de Tom Petty, I Won't Back Down ("Não vou desistir", em tradução livre), tomaram conta do ginásio escolar, uma rejeição implícita à lista crescente de membros eleitos de seu partido que pedem o afastamento do presidenciável, em meio a preocupações com a idade dele.

Mas, apesar de todas as manchetes dominadas por políticos, doadores e atores progressistas que se voltaram contra Biden, uma lista longa de democratas mantém-se ao lado dele.

Pelo menos 80 políticos democratas apoiaram publicamente o homem de 81 anos, enquanto Biden insiste que não vai deixar a disputa presidencial.

Para muitos, o histórico político do democrata, seus princípios e sua vitória sobre Donald Trump em 2020 significam mais do que os danos de um desempenho incoerente em qualquer debate ou aparição pública, ou receios de saúde durante um novo mandato de quatro anos.

Na primeira coletiva de imprensa de Biden no ano, na quinta-feira (11/7), ele deu respostas detalhadas sobre a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e seus planos para um segundo mandato, mas muitas manchetes se concentraram em sua falha ao se referir à sua vice, Kamala Harris, como "vice-presidente Trump".

Seus aliados — pelo menos por enquanto — elogiaram o desempenho do comandante-em-chefe, que foi assistido ao vivo por mais de 23 milhões de pessoas — um público maior do que o Oscar deste ano.

"Achei que ele demonstrou um verdadeiro domínio da política externa, realmente extraordinário", disse o governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, aos repórteres na sexta-feira (12/7). "Não creio que Donald Trump consiga falar sobre política externa de forma coerente nem por um minuto."

Gavin Newsom, o governador da Califórnia apontado como um possível sucessor do atual presidente, disse à rede CBS que estava "totalmente a favor" de Biden, acrescentando que "não havia diferenças" entre eles.

O congressista Brendan Boyle, da Pensilvânia, disse que Biden "demonstrou que sabe um milhão de vezes mais sobre política" do que Trump, "o vigarista condenado" — numa referência à condenação de Trump em caso de suborno a atriz pornô, que tornou o republicano o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser considerado culpado por um crime.

Especialistas dizem que estes políticos têm uma série de razões para seu apoio, incluindo o histórico de Biden no cargo, sua vitória contra Trump em 2020 e a incerteza de se apresentar um novo candidato tão perto das eleições de novembro.

"O presidente deixou claro que quer continuar concorrendo e acho que as pessoas estão respeitando isso", diz Simon Rosenberg, estrategista democrata.

"E também é verdade que, no nosso sistema, substituir um candidato à presidência tão tarde é difícil e sem precedentes, e por isso há uma enorme reticência em fazer uma grande mudança."

Ele acrescenta que houve um "debate saudável" sobre quem deveria ser o indicado.

No entanto, vários grupos disseram que o candidato deveria ser Biden, incluindo o Caucus Hispânico do Congresso, que tem cerca de 40 membros, e o Caucus Negro do Congresso, de 60 membros, com o qual Biden se reuniu no início desta semana.

Ameshia Cross, ex-conselheira da campanha de Barack Obama, disse que a bancada negra, assim como muitos eleitores negros, veem Biden como um presidente comprometido com os direitos civis, ao contrário do seu rival, Trump.

"Eles entendem o que está em jogo com a presidência de Donald Trump", disse ela. "Este é um cara que se posicionou contra os DEI — os esforços de diversidade, equidade e inclusão."

Biden recebeu apoio público de vários políticos de esquerda, incluindo a congressista nova-iorquina Alexandria Ocasio-Cortez e o senador Bernie Sanders, de Vermont, que já criticaram Biden por uma agenda que consideraram demasiado moderada.

Cross disse que muitos reconhecem os riscos que uma presidência Trump traz para os direitos civis e LGBTQ e para as mudanças climáticas.

"Essas são coisas que importam para a esquerda progressista, e o presidente realmente trabalhou nessas coisas", disse ela.

Até o momento, a maior parte do apoio de Biden vem de políticos que concorrem à reeleição em distritos mais seguros, e não daqueles que temem que Biden possa prejudicar suas próprias perspectivas eleitorais em assentos mais difíceis.

Rosenberg disse que a Casa Branca "precisa respeitar as preocupações deles e lidar com elas de uma forma muito mais agressiva".

Mesmo com os apelos crescentes para que Biden saia da disputa, a pesquisa mais recente parece sugerir que ele não perdeu muito apoio dos eleitores.

A campanha de Biden elogiou uma pesquisa do Washington Post, ABC News e Ipsos publicada esta semana, que mostra ele e Trump em empate, semelhante aos resultados da pesquisa anterior ao debate. Mas a pesquisa também revelou que dois terços dos americanos desejam que Biden se afaste.

O presidente também perdeu o apoio de alguns membros da elite de Hollywood.

A atriz Ashley Judd pediu que Biden renunciasse em um artigo no USA Today na sexta-feira (12/7), dizendo que o partido precisava de um candidato "robusto".

Seu texto seguiu um artigo de opinião ainda mais contundente do ator George Clooney sobre Biden.

O doador democrata de longa data Whitney Tilson é o mais recente arrecadador de fundos a dar as costas a Biden, dizendo à BBC na sexta-feira que estava cada vez mais confiante na desistência do presidente.

Outros doadores democratas disseram a um grupo de arredação de fundos pró-Biden, Future Forward, que promessas de doação no valor de cerca de US$ 90 milhões (R$ 490 milhões) estavam suspensas até que ele saísse, relata o jornal The New York Times.

Outros doadores importantes, no entanto, mantêm-se ao lado do presidente.

Shekar Narasimhan, que organiza arrecadações de fundos para os democratas há mais de duas décadas, disse que não houve mudança em seus planos.

"Nossos olhos podem ver o que acontece, nossos ouvidos podem ouvir o que é falado, mas mantemos nossas cabeças baixas para fazer o trabalho", disse Narsimhan, que é o fundador do Super-PAC Asian American Pacific Islander Victory Fund.

"A decisão é do presidente e nós iremos com o que ele decidir", disse ele. "Mas é melhor encerrar esta discussão o mais rápido possível."

Ele disse que seu apoio a Biden vem da crença de que o atual presidente venceria.

"Esta eleição será decidida por não mais do que um total de 50 mil votos em três Estados — Michigan, Pensilvânia e Wisconsin — e temos o terreno e a infraestrutura para vencer lá", disse ele.

Frank Islam, que faz parte do Comitê Nacional de Finanças, disse que tinha uma arrecadação de fundos planejada em sua casa em Maryland no final deste mês.

"Sigo em frente porque sei que ele [Biden] vencerá", diz ele.

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